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domingo, 23 de janeiro de 2011

Infância



Parei pra me recordar de ti hoje infância.
Como era doce,calma e intensa.
Lembrei-me de detalhes tão pequenos,travessos,serenos.
Da irmã mais velha,da mãe,dos passeios na roça,do meu avô.
Detalhes,lugares que hoje só encontro aqui dentro.
Lembrei-me do chinelinho da mana se perdendo no córrego razinho,por debaixo da pontinha,que pra nós parecia tão grande...e deixamos o chinelinho correr pela água limpinha,cristalina.
Lembro-me das mangueiras,onde debaixo sentávamos e nos deliciávamos,lambuzados com o frescor das frutas apanhadas na hora...que delícia!
Como foi rica minha infância,como foi bom ter vivido criança!
Infância de moleca,travessa.
Lembrei das primas cariocas e lindas.
Pensei na braveza do meu avô,do respeito...saudades!
Tantas lembranças,desde as bagunças á escola,travessuras incontáveis,choros e sorrisos incalculáveis,emoções infantis...frágeis lembranças.
Há infância minha,passastes rápida demais!
Mal deste-me tempo de consertar os mal feitos e reviver os felizes momentos a seu lado...
Fugistes pra dentro de mim,onde até hoje adormece...
Perdeu-se no labirinto do meu ser...
Nas vezes que você procura a saída,sinto-a com o mesmo frescor...
És tão bela ,tão pura!
Sou feliz por morares em mim,por não teres totalmente me abandonado...
Sou feliz por saber que aqui ainda está,e quando precisar sairei de mãos dadas com você...
Sinto-me amparada com seu amor ingênuo e nossas travessuras...
Sou feliz porque sei onde te encontrar...
Estás em minh'alma e coração...estás na simples bolinha de sabão...
Querida,amada,doce e amiga infância...por favor,nunca se vá.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Indescritível!

Sempre, ou quase sempre escrevo coisas tristes.
Mas... penso comigo e pergunto-me...
Porque os sentimentos tristes são mais fáceis descrever?
Seria porque minha'lma é triste?
Será que os poetas pensam como eu?
Ou seria porque a alegria é tão leve e radiante...
Como um fio de luz resplandecente que cega os olhos deliciosamente...
Enchendo os lábios de sorrisos,e os corações com felicidade incondicional...
Transforma-nos em crianças,talvez inconseqüentes...
Com os corpos delirantes, levitando de esperança...
Retomamos a infância, onde bobos,rimos de tudo e a toa...
Então distraídos, envolvidos,nem percebemos o quanto é bom estar ali?
Talvez a alegria seja algo tão indescritível e bela, que mal daria tempo descrevê-la...
E quando num dado momento triste da vida ,refletimos o velho bordão:
“Eu era feliz e não sabia”
Na alegria nem pensamos, somos corpos soltos,entregues ao lindo destino...
É quando soltos, flutuamos...
Não há lápis capaz de descrever...
Resta-nos nessa entrega, viver!



Se eu não te procurar,me procure!

Se eu não te procurar, me procure!
Estarei bem mais perto do que imaginar...
Escuta o vento...
Olha o céu.
Eu estive na sua presença...
Lembra-te!
Pode ter ficado algo de bom.
Procure nas coisas mais simples...
Encontre-me nas mais verdadeiras...
Talvez nas mais loucas, e poucas...
No entanto eu não te encontrarei mais...
Não encontrei desde o momento em que se foi...
Partiu,deixando aberta a lacuna sutil do desamor.


Era pra ser assim

A cidade era modesta, deserta, cheirava verde e asfalto...
Respirava sossego e mistério...
Hora a hora o som de um avião cortava o silêncio ali presente...
Deixava no ar a sensação de partida.
O corpo era esguio, moreno, passos largos e desengonçados...
Respirava dúvida, prisão, medo...
Esboçava um sorriso elegante e sedutor...
A voz inesquecível aquecia...
O olhar sempre tenso, deixava, no ar a sensação de partida...
E... 
Partiu...
E em meu pensamento não mais irá morar.